Ivete Sangalo diz que nunca quis ser famosa, o que é uma ironia. Comemorando 20 anos de carreira, em 2013, ela se tornou uma das cantoras mais populares, tem milhões de fãs espalhados pelo mundo e já gravou trabalhos em lugares emblemáticos – como o estádio do Maracanã  e Madison Square Garden, em Nova York. No entanto, a própria acredita que não desejar o sucesso foi o segredo para consegui-lo. “Eu entrei no bonde sem saber onde estava indo e estou aqui até hoje. E me comporto assim. Com simplicidade e foco”, diz ela.

Na próxima semana, no dia 14, a cantora começa mais um capítulo da sua história com a gravação do DVD na Arena Fonte Nova, na Bahia. Com investimento de R$ 3 milhões, o DVD terá participações de Bell Marques, Saulo Fernandes, Alexandre Carlo e Alexandre Pires. “Ixxxiii, dia 15 de dezembro, não sei o que vai ser de mim. Acho que vou virar ‘homeless’( sem teto). Vou me arrastar por aí. Sem lenço, sem documento, sem rumo (risos)”, brinca ela, sobre o trabalho exaustivo para a preparação do show.

No meio da sua agenda lotada de compromissos, Ivete recebeu o EGO – nos bastidores do estádio onde irá se apresentar – para falar sobre carreira, fama e sexo. “O sexo ainda é a coisa mais divertida que temos, graças a Deus, por que o dia que perder a graça, lascou-se”. Ela também falou sobre o desejo de ser mãe novamente - Ivete é mãe de Marcelo, de 3 anos, fruto do seu relacionamento com Daniel Cady. “Deixa passar a gravação do DVD e vou colocar no papel as datas para fazer certinho. Estou louca para ser mãe de novo”. Confira abaixo a entrevista:

EGO: Muitas cantoras, como Madonna é Britney Spears, dizem que a fama é solitária. Você concorda com isso?

Ivete Sangalo: Eu concordo, em partes. É o seguinte: só sabe o gosto da fama quem vive ela. A fama é uma coisa que a gente não descreve. Não é uma situação. É um sentimento, uma sensação. O que a fama faz? Tira-o do convívio comum. No meu caso, até os meus 26 anos, eu ia a todos os lugares. A memória que tenho disso é muito forte e presente. Quando você vai ficando mais famoso, essa liberdade fica cada vez mais difícil. Não porque eu não possa estar com as pessoas, mas é porque isso cria um mal estar no local que você está. Começa uma confusão, as pessoas querem te ver.  Nunca me senti sozinha. Ficar no quarto chorando não é para mim, não.

A falta de liberdade não a incomoda?
Se quero andar livremente, vou para o exterior. Ando lá e as pessoas não me dão nem um oi na rua. No âmbito dessas cantoras, como a Madonna, é mais difícil. Porque elas são mundiais e aí concordo com elas. Mas, comigo, não. Se estou estressada, dou uma viajada para fora. Eu lamento não poder ir a alguns lugares com meu filho. Não posso pegá-lo e dar um passeio por aí porque é uma incógnita sobre o que pode acontecer. E tem a questão física também. Como lidar com isso, com um filho no braço.

Tem medo?
Não que as pessoas vão fazer mal a gente. Mas não sei como eu ou ele podemos lidar com isso. E isso faz com que fiquemos viciados em sempre ser assessorado. O artista tem esse vício e confesso que também tenho. Tenho sempre alguém do meu lado para me ajudar nas coisas por causa da popularidade. Mas não tem nada a ver com medo de estar com as pessoas e, sim, com o transtorno que pode causar para outras. Porque eu tenho segurança, eu tenho saída de emergência, tenho fita de isolamento, se quiser. E o resto do povo? Que quer ver? Fica um empurra-empurra, uma confusão. Alguém pode se machucar. É um respeito ao outro.

Você está comemorando 20 anos de carreira. Qual seu maior orgulho e o que gostaria de apagar da sua história?

É engraçado. Um dia no camarim, todo mundo perguntando: “Ivete, são 20 anos”. Uma menina me olhou no camarim e disse: ‘Moça, você vai fazer 20 anos?’. ‘Quem dera’ (risos). O que mais me orgulho é de, justamente, conseguir escrever uma história que não me arrependo. Eu poderia ter uma coisa ruim, que quisesse rasgar, mas tudo leva a ser quem eu sou hoje. Por exemplo, um figurino mal usado serve para você ver que você estava horrorosa e nunca mais fazer essa besteira de novo. São erros que fazem você acertar.  Mas eu vou errar muito ainda. Daqui a pouco eu erro de novo.

Em 2010, você gravou o seu DVD no Madison Square Garden, em Nova York. Ficou frustrada com a carreira internacional?

Não. O que é carreira internacional? A gente analisa muito a carreira internacional no molde das trajetórias dos cantores lá de fora, dos artistas americanos. Eu tenho uma carreira internacional. Tanto que todos os lugares que vou, coloco 13 a 15 mil pessoas. Assim como boto no meu país. Isso é maravilhoso.

Muitos jornais internacionais comentaram sobre a barreira da língua. Não pensou em gravar em inglês?
Eu não devo gravar coisas para isso. Já gravei coisas em inglês, mas não com intuito de entrar no mercado americano. Você acaba virando vítima de você mesmo. Se tiver que acontecer, que seja como é. A língua não pode ser o ponto de partida para realizar meus sonhos. Então, não vou mudar quem sou.

Você já realizou muitas coisas nesses 20 anos. Já voou em Nova York,  atuou... O que falta para se sentir completa?
É verdade, já fiz muita coisa. Na verdade, não falta nada. O que quero é uma continuidade. Eu gosto muito de cantar e espero nunca parar de fazer isso.

Nem cantar na Copa do Mundo?
Honestamente, não. Eu trabalho, gosto e ainda ganho dinheiro. Tudo que aconteceu na minha vida não foi algo tão pensando, por mais que pareça.  Foram oportunidades. Eu acho incrível quando olho para trás e vejo tanta coisa que fiz. Acho que o que mais quero é continuar fazendo o que faço.

Você imaginou que a sua carreira ia chegar nesse ponto?
Nunca pensei que ia ser famosa nem queria ser. Eu entrei no bonde sem saber onde estava indo. E estou aqui até hoje. E me comporto com simplicidade e foco. Por exemplo, faltam dez dias para meu show e meu palco está pronto. Não é algo que seja obcecada, mas a experiência me trouxe esse ensinamento: quanto mais cedo pronto, melhor. Mais calma e menos preocupação. Mas não sou workaholic. Não fico nas férias pensando o que vou fazer no meu próximo show.

E você quer ter mais filhos?
Não posso responder isso...(risos).

Por quê? Já está grávida?
Não, mas adoraria estar. Não tem como eu ficar grávida segurando uma lâmpada ou em cima de uma baleia no Sea World. É fudendo, é fudendo... (risos) Não tem outro jeito. Então, complicado é casar o período fértil com a minha agenda de shows. Mas deixa passar a gravação do DVD e vou colocar no papel as datas para fazer certinho. Estou louca para ser mãe de novo.

Na maioria das suas entrevistas você fala sobre sexo. É viciada?
Não sou, não (risos). Mas é porque sexo é divertido. Repare toda piada, geralmente, tem esse entorno. As pessoas gostam disso também. Ninguém coloca "a Ivete é uma mulher responsável, trabalha 24 horas por dia". Porque isso não tem o apelo. A música de duplo sentido é divertida. A dança fica mais divertida. O sexo ainda é a coisa mais divertida que temos, graças a Deus. O dia que perder a graça, lascou-se.

E o DVD? O que terá de surpresa?
Eu. Belíssima (risos). Tem de assistir. A gente tem uma grade de luz e telão de LED, que nunca teve no Brasil. Minhas músicas. Cinco figurinos. Estou malhando na esteira já trocando de roupa. É sério. Fico sacaneando com o personal trainer, mas já estou treinando. Não quero que meu show tenha paradas. Vai ser um show contínuo. Eu vou de casaco, camisa e top. Aí tiro o casaco, a blusa, coloco de novo, é uma loucura. Mas estou preparada!

*A repórter viajou a convite da gravadora Universal.


Ego

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