Dados do Cebrid mostram que, entre os jovens que tinham feito sexo sem camisinha, 41% haviam consumido álcool em excesso
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Álcool e sexo inseguro: dos jovens que fizeram sexo sem camisinha, 41% tinham bebido muito (Thinkstock) |
Para o levantamento foram analisados dados de 17.371 adolescentes do
ensino médio, de 789 escolas públicas e privadas das 27 capitais
brasileiras. Eles responderam a questionários sobre uso de drogas,
consumo de álcool e prática sexual referentes ao período de um mês antes
da realização do estudo. As entrevistas foram feitas em 2010, e são uma
amostra representativa da população jovem do Brasil.
Sexo e álcool — Cerca de um terço dos jovens
entrevistados havia tido relação sexual no mês anterior à pesquisa.
Destes, quase metade (48%) não havia usado camisinha. Embora a prática
sexual tenha sido mais prevalente entre os meninos, foram as meninas que
mais fizeram sexo inseguro. "Essa diferença, talvez, esteja associada
ao fato de que, geralmente, as meninas saem com garotos mais velhos, que
não participaram do estudo", diz Zila M. Sanchez, professora do
Departamento de Medicina Preventiva da Unifesp, pesquisadora do Cebrid e
coordenadora do estudo.
O levantamento descobriu ainda que cerca de um terço dos adolescentes
que eram sexualmente ativos tinham usado drogas recentemente — destes,
37,2% tinham praticado o binge (termo em inglês usado para
designar o consumo acima de cinco doses alcoólicas, para homens, e de
quatro, para a mulher, em apenas duas horas); 16,5% tinham fumado; e
14,5% haviam usado drogas ilegais. Segundo o estudo, idade (jovens mais
velhos) e condições socioeconômicas mais baixas estão diretamente
relacionadas ao sexo inseguro. O aumento em um ano na idade do
adolescente representa um aumento nos riscos de sexo inseguro em 17%.
Quando cruzaram os dados, os pesquisadores descobriram que entre os
jovens que haviam praticado sexo sem camisinha no mês anterior à
pesquisa, 40,9% tinham feito binge. "Os resultados não foram,
na verdade, uma surpresa", diz Zila. Segundo a pesquisadora, a inclusão
do comportamento sexual na pesquisa do Cebrid visa acrescentar o
comportamento de risco na prevenção de drogas. "Doenças sexualmente
transmissíveis, aids, o sexo inseguro: tudo isso é questão de saúde
pública e deve ser considerado no levantamento."
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