O efeito sanfona eleitoral

Na Paraíba, com esta incrível série de cassações de mandatos, logo suspensas por decisões liminares do TRE, está em voga algo que popularmente já vem sendo chamado de “efeito sanfona eleitoral”.

A expressão “efeito sanfona” aplica-se com mais propriedade às pessoas que, querendo emagrecer, submetem-se a uma rigorosa dieta para perder peso e logo em seguida, não resistindo às tentações da mesa, voltam a ingerir calorias em excesso, o que as levam a readquirir todos os quilinhos que perderam.

Em relação à política, a expressão está sendo usada para ironizar esta curiosa sequência de concessão de liminares que possibilitam aos cassados continuar nos seus cargos, como se nada tivesse ocorrido, até que o caso seja julgado em última instância.

Ninguém ignora, nem certamente pode negar, o direito que agentes políticos têm de se defender ante uma decisão judicial que lhe subtraia o mandato. Mas no geral, a opinião pública fica sem entender direito.

Comemora quando tem notícia da cassação, mas logo em seguida cai na real quando descobre que existe um tal “efeito suspensivo”, suficiente e bastante para manter os cassados sentados na mesma cadeirinha que já vinham ocupando.

É a este vai-e-vem das decisões judiciais (ora se tira um prefeito do cargo, ora se bota de novo) que se está dando o nome de “efeito sanfona”. Com os recursos quase infinitos que existem no direito brasileiro, esse “engorda-emagrece” pode se estender per omina seculum seculorum.

E nos casos dos mandatos eletivos, não precisa nem disso tudo: bastam quatro anos.

Quem grampeou Lena?

As investigações ainda não terminaram, mas assessores do Palácio da Redenção já comentam com absoluta convicção: está identificada, provada e comprovada, a pessoa que gravou a conversa com a secretária de comunicação Regirlene Guimarães. Segundo essas informações, não foi ninguém da secretaria. Nem do governo. Esse, pelo menos até agora, é o norte das investigações.

O nome do “araponga” já teria sido levado ao conhecimento governador José Maranhão. Informou-se ainda que na próxima viagem que fizer a Brasília, Maranhão vai tratar deste assunto, levando as provas na bagagem.