Presidente que vencer as eleições enfrentará ano difícil na economia, avaliam especialistas.
Baixo crescimento da economia, inflação no teto da meta e câmbio são os principais desafios.
O ano de 2015 deverá ser uma pedra no sapato de quem conseguir vencer
as eleições para a Presidência da República. De acordo com especialistas
ouvidos pelo R7, o cenário de baixo crescimento
econômico deve persistir, a inflação vai continuar incomodando as
famílias brasileiras e a pressão sobre o dólar pode aumentar.
A previsão dos especialistas é de que o presidente que assumir no ano
que vem precisará adotar uma política econômica rigorosa e terá de dar
algumas más notícias para a população — como aumento de tarifas de
serviços públicos, como energia elétrica, e produtos com preço
administrado, como a gasolina, e ajustar a taxa básica de juros.
O professor de finanças do IBMEC-RJ (Instituto Brasileiro de Mercado de
Capitais do Rio de Janeiro) Luiz Osório avalia que o candidato que
vencer as eleições de outubro vai precisar de jogo de cintura para lidar
com o descontentamento do povo. Acima disso, diz Osório, o presidente
deverá ter uma equipe econômica competente.
O próprio Banco Central, na ata do Copom (Comitê de Política Monetária) divulgada em setembro, prevê que a inflação no Brasil deve voltar ao centro da meta do governo, 4,5%, apenas em 2016.
— Há um consenso de que os preços dos combustíveis estão defasados, a
gente vai ter um aumento no custo da energia, ocasionado por essa
necessidade de usar usinas térmicas, e isso tudo vai fazer com que a
gente tenha aumento de preço. Para coibir isso, a dose é taxa de juros
mais alta, que só atrapalha o crescimento.
Sem recuperação
O professor de economia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas)
André Biancarelli também não vê um cenário animador. Ele acredita que,
se houver um crescimento da economia em 2015, será muito pequeno e,
mesmo assim, valorizado apenas na comparação com o resultado muito baixo
deste ano.
— O ano de 2014 está sendo muito ruim, a economia brasileira está
parada e isso é inegável. Supondo a continuidade do governo, dá para
imaginar que Dilma, num eventual segundo mandato, não fará um ajuste
[fiscal] tão duro. Mas, não dá pra dizer que 2015 será um ano de
recuperação com crescimento forte.
Novo governo
Para o professor do IBMEC-RJ, o cenário desanimador aliado à
expectativa de mudança de governo deixa o mercado ansioso e indeciso.
Segundo o professor, os empresários estão adiando decisões importantes
para aplicar recursos no País porque preferem aguardar o resultado do
pleito.
— Muitas empresas estão adiando suas decisões e seus investimentos
porque estão esperando para ver quem vai ganhar as eleições e o que o
novo eleito vai fazer. Independentemente de quem vença, o novo
presidente precisa de plano coerente para trazer confiança internacional
e nacional.
Já o economista da Unicamp é menos otimista e acredita que o resultado
das eleições não vai mudar muito o cenário de estagnação da economia
brasileira, pelo menos em um primeiro momento.
— Pode haver uma recuperação muito tímida na comparação com o resultado muito ruim deste ano.
R7
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