CG tem cerca de 60 prédios em situação de risco e Defesa Civil alerta para desabamentos

Um alerta. Erguida no alto da Serra da Borborema Campina Grande convive com inúmeros arranha céus, muitos deles em situação irregular e oferecendo risco a população. Caso não haja uma legislação que torne obrigatória a fiscalização nas edificações antigas as tragédias ocorridas nos grandes centros do país podem se repetir na segunda maior cidade da Paraíba.

O Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura de Campina Grande (Crea) fez um levantamento e constatou que alguns prédios antigos oferecem risco a população, podendo desabar a qualquer momento. Segundo o inspetor do Crea, engenheiro Geraldo Magela, existem aproximadamente 60 prédios na cidade com risco de desabamentos o que representa perigo constante para quem mora, trabalha ou frequenta o local.

São construções antigas que estão abandonadas, a maioria particular o que impede que o poder público faça intervenção. Algumas das edificações são tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphaep), o que segundo o Crea, dificulta as reformas visto que estes prédios não podem ter a estrutura original modificadas. “Os órgãos já orientaram os proprietários do risco de desabamento. São prédios antigos, sem manutenção e os riscos são vistos a olho nu”, ressaltou Geraldo Magela.

De acordo com o engenheiro, o prédio que mais oferece risco a população está construído na rua João Suassuna. A edificação antiga de mais de 16 andares está com a estrutura comprometida.

O prédio abandonado, representa um perigo em pleno Centro da cidade. O Crea enfrenta obstáculos para realizar vistorias no local, por conta da dificuldade para encontrar aos proprietários. Magela alertou que caso ocorresse um desabamento no prédio da João Suassuna, a tragédia poderia se assemelhar a tragédia do Rio de Janeiro visto que a semelhança com os prédios é grande. A exemplo dos três prédio que desabaram no Rio, o edifício da João Suassuna também está localizado numa área comercial e de muito movimento. “Se esse prédio desabasse o sinistro seria grande”, alertou.

Comerciantes que trabalham em lojas de auto peças no térreo do prédio abandonado, temem desabamentos e contam que várias vezes já viram pedaços de tijolo e reboco caírem sobre os capuz dos veículos.

O engenheiro do Crea Geraldo Magela também alertou para as condições precárias do antigo Cassino Eldorado, na rua Manoel Pereira de Araújo. Segundo ele, o antigo prédio está em ruínas e ameaça desabar a qualquer momento. A estrutura antiga está toda comprometida e as rachaduras apontam para a tragédia. “Ele está localizado na Feira Central em uma área de grande movimento o que aumenta o perigo”, observou. Ele também lembrou que as irregularidades também envolvem edificações novas. Isso porque além das obras clandestinas, muitos prédios têm os serviços interrompidos e ficam abandonados. São as chamadas obras inacabadas.

O engenheiro sugeriu a formação em Campina Grande de uma Comissão de Engenharia Preventiva formada por Crea, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Ministério Público para fiscalizar as obras irregulares e evitar tragédias semelhante a do Rio de Janeiro.

O novo coordenador da Defesa Civil em Campina Grande Ruiter Sansão informou ao PBAgora que na próxima semana estará realizando uma audiência com o Ministério Público, Corpo de Bombeiros e Crea para montar um plano de contingência visando combater as construções irregulares existentes na cidade. Segundo ele, o principal alvo do trabalho será o prédio abandonado da rua João Suassuna.

Segundo a Secretaria de Obras por mês são solicitados licença para construção de 100 obras sendo que 20% delas são embargadas por irregularidades.

Os sinais de desmoronamentos 

Não é difícil perceber quando um prédio está com a estrutura comprometida e ameaça ruir. O coordenador da Defesa Civil Ruiter Sansão, revelou alguns sinais podem ser percebidos e avisam quando chegou o momento em que as reformas não podem mais ser adiadas. Paredes estufadas, exposição de ferragens, acúmulo de água, infiltrações e rachaduras são “sintomas” de que desabamento pode acontecer em qualquer momento.

O cuidado com os prédios, fachadas e marquises levou a Defesa Civil a também realizar vistoria no Centro da cidade. Muitas marquises e fachadas estão com a estrutura comprometida oferecendo risco a população. Ainda de acordo com o Crea, cerca de 200 marquises correm risco de desabamento em Campina Grande e com as proximidades do inverno complica ainda mais esta situação, já que a maioria dos casos ocorre por conta de infiltrações.

Tanto a Defesa Civil quanto o Crea afirmam que a falta de ação dos proprietários pode trazer riscos ainda maiores para a sociedade. Segundo o novo coordenador da Defesa Civil, Ruiter Sansão, a grande maioria dos desabamentos de tetos e quedas de marquises se dá por falta de manutenção. Ruiter Sansão observa que pintura com tinta impermeabilizante evita a proliferação de infiltrações e oxidação e contribui para a segurança dos prédios, se feitas regularmente. Ele disse Prefeitura Municipal tem à disposição da população um corpo de engenheiros e técnicos que podem ser solicitados para avaliarem os possíveis problemas.

As entranhas de um prédio em ruínas

Condenado pela Defesa Civil, o edifício de 16 andares erguido na rua João Suassuna Centro de Campina Grande, é um prédio em ruínas. Os escombros do prédio antigo é assustador. Nas entranhas do edifício é possível se ter uma noção real do perigo. A estrutura física apresenta sinais de desgaste devido a ação do tempo. Ferros retorcidos, paredes deterioradas, infiltrações e resto de madeira em todo o lado. As escadarias do velho prédio são sombrias. Subir e descer os 16 pelos degraus do edifício é assustador.

Em alguns andares,o prédio mais parece estar se desmanchando. A estrutura de ferro está corroída e alguns tijolos ameaçam se desprender das colunas. Os montes de entulhos; o lodo formado nas áreas desertas; as salas vazias, o silêncio sepulcral revelam o abandono. Em outro andar algumas paredes apresentam sinais de desgastes com as ferragens enferrujadas aparecendo. O lugar é assombroso.

O prédio pertence a empresa administrada por cinco irmãos da família Motta. O advogado Lamir Motta, irmão dos herdeiros, garante que não tem nenhuma sociedade com a empresa. Ele contou que os proprietários do prédio moram atualmente em Natal, Recife e João Pessoa.


PBAgora



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