Admito. A primeira tentação é atirar pedras. Logo porque o legislativo é sempre um bom alvo. Fosse o judiciário com juízes que não vão ao trabalho nas segundas nem nas sextas ninguém quer falar. Mas resistindo ao primeiro ato e analisando o caso com mais frieza e menos demagogia percebe-se que não há erro algum na tal Caravana da Seca, pela qual os deputados estaduais pretendem esta semana percorrer os municípios atingidos pela seca na Paraíba.

Ao contrário, o errado é ficar na praia, jantando no Gulliver, passeando no Manaíra Shopping e dando entrevistas sobre a seca sem nunca ter visto um açude sem água.

Ao mobilizar a Caravana, incluindo deputados governistas e oposicionistas, levando parlamentares para ver de perto o sofrimento do povo já é por si melhor que voltar completamente às costas.

Somente a mobilização já coloca novamente a seca em pauta na mídia, não deixando que a estiagem perca o “quente” das coberturas jornalísticas. Isso, querendo ou não, contribui para que o assunto mantenha-se vivo. O que não vai render ainda de matérias e repercussão a visita dos deputados e a situação daqueles que estão a viver sem a coisa mais básica para o ser humano depois do ar que respira?

Depois, fazer com que os deputados olhem de perto e escutem da própria boca dos paraibanos os reclames e as necessidades é muito mais diferente do que saber por ouvir dizer.

Sensibilizados de fato, os deputados poderão agir de maneira a contribuir de forma mais efetiva na ajuda ao combate à seca na Paraíba.

Projetos de lei, cobranças aos governos, emendas ao Orçamento e toda sorte de coisas que os deputados podem fazer para atenuar os efeitos da seca na Paraíba poderão resultar dessa visita.

Neste caso, o errado não está em ir. Está no que fazer depois na volta.

Se a visitas servir para sensibilizar dois ou três deputados a pararem tudo o que estão fazendo pra pensar e agir em favor do povo paraibano já seria um grande ganho para o povo que não recebe visita de ninguém, a não ser da morte precoce.

É preciso reconhecer ainda que ao longo dos anos tem feito um trabalho de acompanhamento, em nome especialmente do deputado Assis Quintans, das obras de Transposição do Rio São Francisco. O blog mesmo já acompanhou no Cariri várias audiências públicas promovidas pela Assembleia sobre as obras do Velho Chico.

Claro que o Legislativo não pode tanto quanto o Executivo. Mas poder menos ainda sim é poder algo. Ficar totalmente parado é morrer para o assunto.

Boa viagem, deputados.

Luís Tôrres

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