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A defesa de Roberto Jefferson, delator do mensalão,
vai tentar incluir o ex-presidente Lula no processo
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O oitavo dia do julgamento do mensalão
, na segunda-feira (13), deve ser marcado por uma exposição polêmica do
advogado do ex-deputado federal Roberto Jefferson, Luiz Francisco Corrêa
Barbosa. Durante sua fala, Corrêa Barbosa vai alegar que nem Roberto
Jefferson, delator do mensalão, foi obrigado a prestar apoio ao governo
em troca do mensalão. Além disso, ele vai sustentar que sem a
participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não existe o
esquema de compra de apoio.
A sustentação oral do advogado do delator do mensalão é
uma das mais aguardadas do julgamento. Na visão do advogado, a denúncia
da Procuradoria Geral da República (PGR) não tem sentido algum ao
excluir o ex-presidente Lula do processo. “Contra o ex-presidente
existem provas materiais, contra Dirceu, não”, defendeu Barbosa em
entrevista em vídeo ao iG.
Durante sua exposição, Corrêa Barbosa vai afirmar que, no
momento em que o ex-presidente determinou, via medida provisória, que
outros bancos como o BMG pudessem participar do mercado de concessão de
crédito consignado, isso favoreceu diretamente o esquema do publicitário
Marcos Valério. Na denúncia da PGR, Marcos Valério tomou empréstimos do
BMG para abastecer os cofres do PT visando a compra de apoio político
de deputados federais para a aprovação de projetos de interesse do
executivo.
“Ora, somente quem pode propor projetos de lei é o
presidente da República. Isso não pode ser feito por ministros. Sem
apontar o ex-presidente como integrante do esquema não se pode falar em
compra de apoio político”, disse Corrêa Barbosa ao iG
.
Apesar de ter delatado o mensalão, Roberto Jefferson nega
que participou do esquema. Assim como outros ex-deputados federais,
Jefferson afirmará que recebeu R$ 4 milhões como ajuda do PT na campanha
municipal de 2004. Segundo o petebista, o acordo envolvia o recebimento
de R$ 20 milhões do governo federal. “O mensalão é uma questão
conceitual. Existiu o recebimento de dinheiro. Isso está provado. Agora,
o que foi feito, cada um tem se esforçado para explicar”, afirmou
Barbosa ao iG
. “Vamos assistir a um festival de absolvições por causa dos problemas nessa denúncia da PGR”, complementa.
A versão de Jefferson para o recebimento de R$ 4 milhões é semelhante
às demais apresentadas por outros réus, como Marcos Valério, Delúbio
Soares e até José Dirceu.
Além de Jefferson, o Supremo Tribunal Federal
(STF) ouvirá na segunda-feira as defesas do ex-deputado federal Carlos
Alberto Rodrigues Pinto (o bispo Rodrigues), apontado como beneficiário
de R$ 50 mil; do ex-tesoureiro do PTB, Emerson Palmieri, acusado de ter
intermediado os pagamentos supostamente determinados por Roberto
Jefferson; do ex-deputado federal Romeu Queiroz, apontado de ter
supostamente ajudado na cooptação de deputados federais do PTB e do
ex-deputado e ex-líder do PTB, José Borba, listado como beneficiado do
pagamento de R$ 2,1 milhões para articular apoio do PMDB na aprovação de
projetos do governo.
IG
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