O governo apresentou um pacote de aumento de 15,8% para 18 categorias
de servidores públicos e começou a esvaziar as paralisações. Após uma
semana com negociações em marcha lenta, a nova proposta atende 50% das
36 categorias paradas - consideradas as carreiras de base, o chamado
"carreirão". Em outro nível de negociação, professores da Universidade
de Brasília (UnB) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
decidiram pela volta das aulas.
Com negociações consideradas encerradas pelo governo com as
universidades, a greve permanece em 53 das 59 federais do país, porém.
Também deixaram o movimento as Universidades de São Carlos (UFSCar), do
Rio Grande do Sul (UFRGS) e o Instituto Federal de Educação Profissional
e Tecnológica do Paraná (IFPR), bem como o campus de Guarulhos da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) já retomaram as aulas.
A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal
(Condsef), que representa as 18 carreiras que negociaram com o governo
na manhã desta sexta-feira, 17, destaca que a greve se mantém até que a
proposta do governo esteja finalizada. No sábado, 18, uma nova reunião
vai decidir como o reajuste oferecido pelo governo será aplicado a cada
categoria. "Vamos trabalhar uma proposta que tira o peso da gratificação
de desempenho, jogue para o vencimento básico o valor nominal de
aumento ainda não definido", destacou o coordenador geral da
Confederação, Josemilton Costa. O resultado do encontro será levado às
bases e só então haverá uma decisão sobre a continuidade da greve.
Os delegados da Polícia Federal, que apesar de não estarem em
greve - eles pararam as atividades por 24h na semana passada - pedem 30%
de reajuste salarial, também estiveram com o secretário de relações do
Trabalho do Planejamento, Sérgio Mendonça, mas saíram insatisfeitos.
Também receberam a proposta de reajuste de 15,8%, mas destacaram que o
apresentando não corrige, sequer, a inflação. A proposta será analisada
pelos sindicatos e uma resposta será dada na próxima semana.
Manifestações. Em resposta à determinação do Superior Tribunal de
Justiça, que proibiu a realização de operações padrão após transtornos
em aeroportos do país inteiro, policiais federais em greve há quase duas
semanas prometem rigor zero nas fiscalizações no início da próxima
semana. Em vez de fiscalizar todas as bagagens e cargas, causando
lentidão nos portos, aeroportos e fronteiras, a categoria deverá se unir
para fazer protestos que envolvem, até mesmo a permissão de passagem de
pessoas sem vistoria, no que chamaram de "operação sem padrão", como
disse vice-presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais,
Paulo Polonio.
Segundo dados do Ministério do Planejamento, os agentes da PF
reivindicam reajustes de R$ 7,5 mil para R$ 18,8 mil nos salários
iniciais e de R$ 11,8 mil para R$ 24,8 mil nos salários dos delegados de
fim de carreira.
A Advocacia-Geral da União (AGU), autora da ação que pede a
proibição da operação padrão, destacou só poder tomar uma atitude a
respeito da nova ação dos policiais federias se for provocada pelo órgão
gestor da PF, no caso o Ministério da Justiça. A Pasta disse manter a
posição de que policial não pode usar o cargo para prejudicar a
população, mas preferiu não entrar no mérito da mobilização prometida
pela categoria.
Fonte: Estadão
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