Aumentou
para 1.134 o número de municípios do semiárido brasileiro onde foi
declarada situação de emergência por causa da estiagem. Na comparação
com balanço divulgado na primeira quinzena de junho, 121 localidades
passaram a integrar a lista da Secretaria Nacional de Defesa Civil.
Este
ano choveu pouco no interior do Nordeste em janeiro, fevereiro e março,
meses em que seria normal haver precipitações no semiárido. "O interior
não teve chuva na época tradicional e, agora, está ingressando no
período de estiagem", disse a meteorologista Márcia Seabra, do Instituto
Nacional de Meteorologia (Inmet).
O
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), um dos
órgãos integrantes do Comitê de Combate à Seca no Semiárido, divulgou
nesta quarta-feira (27) um balanço da aplicação do recurso
extraordinário de R$ 2,7 bilhões liberado em abril para enfrentamento da
estiagem.
A
maior parte do valor - R$ 799 milhões - está sendo destinada à
construção de cisternas. Do início de 2011 até junho deste ano, 123 mil
unidades foram entregues a famílias do semiárido. A intenção é que o
número cresça para 290 mil até dezembro. Também foram contratados 3.360
caminhões-pipa por R$ 164,4 milhões.
Dos
recursos restantes, R$ 500 milhões foram destinados ao Plano Garantia
Safra, de auxílio a produtores que perderam suas plantações; e R$ 200
milhões ao Bolsa Estiagem, de ajuda à população que ganha até dois
salários mínimos. Por fim, R$ 60 milhões devem ser aplicados na
recuperação de poços até o fim deste ano. A divulgação dos valores foi
realizada durante reunião plenária do Conselho Nacional de Segurança
Alimentar (Consea) para debater os impactos da seca em 2012.
A
ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello,
afirmou que as cisternas e caminhões-pipas são importantes porque
viabilizam a convivência dos moradores do semiárido com a estiagem. "A
gente não tem aquelas velhas cenas de êxodo rural, porque as pessoas
estão conseguindo conviver com essa seca", disse.
Para
a agricultora Maria Joelma Pereira, do município de Cumaru (PE), a
cisterna muda a realidade das famílias do semiárido. "Se não fosse a
cisterna de beber [para consumo humano], a cisterna de produzir [para
uso na plantação], a gente teria vendido nossa plantação e ido embora",
declarou.
Agência Brasil
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