Medo de decepcionar a parceira, de se sentir 'menos homem' ou apenas pela curiosidade. Geralmente essas são as alegações de quem faz o uso indiscriminado de medicamentos para disfunção erétil, a exemplo do Viagra, o mais conhecido entre os homens. Identificar quem o utiliza sem prescrição médica, no entanto, não é fácil, uma vez que poucos homens admitem recorrer ao famoso (e perigoso, nesses casos) comprimido azul.

O urologista Fábio Martinez (foto) explica que o principal risco é a dependência psicológica. “Hoje é muito comum jovens utilizarem essa droga para turbinar o desempenho sexual após muita bebida e horas na pista de dança”, afirma. “Com o tempo, acabam se tornando inseguros ao praticarem sexo sem o auxílio do medicamento”, completa.

O médico Leandro Tavares, também urologista, alerta para a questão psicológica do Viagra. “Não existe dependência física com o uso do Sildenafil, todavia seu uso pode sim levar à dependência psicológica, que se traduz pela elevada insegurança do paciente em temer não conseguir uma ereção rígida o suficiente para uma relação sexual adequada”, afirma.

Outro risco mais grave acontece quando o uso do medicamento está associado ao consumo de drogas mais pesadas como cocaína e crack, e promiscuidade. “Não podemos esquecer que sexo desprotegido e com múltiplos parceiros é porta de entrada para Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), cuja principal e mais conhecida é a Aids”, frisa Fábio Martinez. Ele lembra que essa associação é causa frequente de ataques cardíacos fulminantes.

Tomar Viagra com ecstasy, por exemplo, pode causar constrição dos vasos sanguíneos e sobrecarregar o coração, o que aumenta consideravelmente os riscos de problemas cardíacos.

O uso do Viagra, assim como outros da mesma classe de medicamentos (como Levitra ou Cialis), são eficazes em quase todos os tipos de disfunção erétil, e revolucionaram o tratamento desta entidade clínica, conforme Martinez. “Taxas menores de resposta são observadas em pacientes diabéticos que apresentam maior risco de distúrbios neurológicos e alterações vasculares no pênis”, declara. Segundo o médico, pacientes submetidos a cirurgias da próstata também podem apresentar lesões neurológicas e não responderem ao medicamento.

De acordo com Martinez, a principal contraindicação para o uso dos medicamentos para disfunção erétil é a utilização concomitante de vasodilatadores coronarianos como Sustrate e Isordil, por exemplo. “Essa associação pode causar diminuição do fluxo sanguíneo para o coração, podendo resultar em infarto”, alerta. O urologista lembra que pacientes cardiopatas, com hipertensão ou hipotensão devem ter uma avaliação cardiológica antes de iniciar o uso.

Valéria Sinésio / JP

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