50 médicos pedem demissão no Isea

Giovannia Brito

Campina Grande – Mais de 50 médicos que trabalham no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea) já assinaram um documento pedindo demissão do município. O número corresponde a quase 80% dos profissionais que trabalham no instituto. Ontem, mais de 80 atendimentos deixaram de ser realizados por conta de uma paralisação. Os médicos estão revoltados com o não envio do projeto de Plano Cargo Carreira e Vencimento da categoria à Câmara Municipal de Vereadores para ser votado.

Eles informaram ainda que uma nova paralisação de atendimento no Isea será feita na próxima semana. “Vamos suspender os serviços toda semana até cumprir os 30 dias de aviso prévio. Não é interesse nosso continuar trabalhando no Isea com um vencimento de R$ 661,00. No ano passado a Secretaria de Saúde colocou em prática o plano do PSF, e esqueceu dos profissionais que atuam no serviço municipal de saúde. Enquanto um médico do Programa Saúde da Família ganha mais de R$ 3,3 mil, e uma enfermeira R$ 2,7 mil, e os que trabalham no Isea recebem R$ 661,00”, disse a médica Valéria Cordeiro. Com a aprovação do PCCV o piso dos profissionais passaria para R$ 2.783,00.

Ontem, as ambulâncias que chegavam dos municípios circunvizinhos, estavam sendo encaminhadas para a Fundação Assistencial da Paraíba (Fap), Pedro I e Clipsi.

Do total de profissionais, 16 anestesistas, 14 pediatras, e 16 obstetras, já assinaram o documento.

A secretária de Saúde, Tatiana Medeiros, revelou que o município irá enviar o PCCV à Câmara Municipal de Vereadores na próxima semana, para que seja votado na quarta-feira. “Esse plano vem sendo elaborado desde o mês de janeiro, e não foi enviado antes à Câmara porque é bastante complexo e com impacto na folha”, declarou, informando que no primeiro ano esse impacto será de R$ 900 mil, mais progressão individual…