Paulo Roberto Costa, diretor de abastecimento da
Petrobras: sem saída
O governo cogita reduzir o imposto sobre a gasolina, a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), para compensar uma prevista alta dos preços do combustível pela Petrobras e evitar, assim, uma maior pressão sobre a inflação.

Com a redução do imposto, os preços da gasolina não vão subir nas bombas dos postos de combustíveis, apenas nas refinarias.

Em entrevista ao iG, o diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, afirmou que a decisão – que cabe ao governo e não à Petrobras – é uma solução “bastante inteligente e propícia”.

A Cide foi criada com essa finalidade, de servir como um colchão para amortecer as oscilações nos preços internacionais do petróleo. O objetivo inicial era aumentar o imposto em momentos de baixa do petróleo e reduzi-lo em períodos de alta, evitando, assim, grandes variações nos preços finais da gasolina.

Mas, com o passar do tempo, a Side foi poucas vezes utilizada com essa finalidade e acabou incorporada às necessidades de arrecadação do governo federal.

Segundo Costa, a Cide foi usada, por exemplo, em 2009, quando os preços do petróleo no exterior recuaram e a Petrobras acompanhou tal queda.
Na época, a estatal reduziu o preço da gasolina em 4,5% e do diesel em 15%. Na ocasião, o consumidor final não usufruiu dessa queda porque o governo elevou a contribuição.

O contrário também foi feito em 2008, quando a redução da Cide ajudou o governo a impedir que a alta no preço dos combustíveis impactasse a inflação.

Encurralada entre o aumento do consumo da gasolina por causa da falta de oferta de etanol e, também, por causa do crescimento da economia, a Petrobras passou de exportadora a importadora de gasolina.
E, justamente, no momento em que os preços do barril de petróleo e, consequentemente, da gasolina dispararam no mercado internacional.

“ Ela está comprando caro para vender barato”, diz um executivo de uma grande distribuidora.
O petróleo no mercado internacional está sendo negociado na faixa de US$ 122 o barril e, essa alta já afeta as contas da estatal, segundo Costa.

“Estamos hoje com esse preço elevado do petróleo e nada leva a crer que haverá mudança nesse patamar”, disse Costa.

IG

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