A Paraíba tem a segunda maior desigualdade de renda do país quando se compara os valores médios recebidos pelas famílias 10% mais ricas em relação às 10% mais pobres. De acordo com os dados do SIS (Síntese dos Indicadores Sociais), divulgada ontem pelo IBGE, a média de rendimento dos 10% mais ricos é 54,5 vezes maior que a dos 10% mais pobres do Estado. Em 2009, as famílias mais pobres recebiam, em média, pouco mais de R$ 50,02 por mês contra uma renda de R$ 2.726 das mais ricas. A pesquisa revela que a Paraíba fica atrás apenas do Distrito Federal na comparação das desigualdades de renda entre ricos e pobres (57,7 vezes), mas a média é superior ao da região Nordeste (48,1 vezes) e também do país (40 vezes).

A Paraíba apresenta também a terceira maior desigualdade do país no rendimento médio dos 10% mais ricos em relação aos 40% mais pobres. Para se ter uma ideia da diferença, as famílias mais ricas paraibanas ganhavam 22,48 vezes mais que o contingente dos mais pobres que recebiam no ano passado R$ 121,27. Nessa comparação de renda, a Paraíba apenas é menos desigual no país que o Distrito Federal (27,86 vezes) e o Acre (24,17 vezes).
Quando comparado aos dados dos 10% mais ricos em relação aos 40% mais pobres no período de 2004-2009, a Síntese dos Indicadores Sociais mostra que houve aumento de 11,2% da desigualdade de renda. Em 2004, as famílias mais ricas da Paraíba tinham uma renda 20,2 vezes maior que as mais pobres, passando para 22,48 vezes no ano passado. Já no país e região Nordeste, houve queda de desigualdade dos rendimentos no mesmo período. A proporção no país caiu de 16,2 vezes para 16,1 vezes, enquanto no Nordeste a redução foi maior: a renda das famílias 10% mais ricas caiu de 18,8 vezes para 18,2 vezes (-3,15%).


A pesquisa do IBGE mostra ainda que o rendimento-hora de pretos ou pardos atinge em média 66% apenas dos brancos. Contudo, os dados mostram que pretos ou pardos possuem melhor rendimento de pessoas de cor branca quando comparado até quatro anos de estudo. Nesse intervalo, a renda chega a 104% (quatro pontos percentuais) que a branca. Já quando os pretos ou pardos possuem mais estudos (12 anos ou mais), a renda é menor que os brancos (80,6%). Para os pretos que possuem nove a onze anos de estudo a proporção é próxima dos brancos (97,8% do total), mas para os pretos e pardos que têm de cinco a oito anos de estudo o valor volta a reduzir e chega apenas a 70,6% do rendimento dos brancos.


De acordo com os dados do SIS, a renda média dos trabalhadores paraibanos com carteira assinada (R$ 1.213,80) é 2,7 vezes maior que o trabalhador informal (R$ 444,60), mas as mulheres mesmo com carteira assinada (R$ 994,10) continuam ganhando menos que os homens (R$ 1.345,90), uma diferença de 35%. Porém, a média dos empregos formais tem rendimento maior que a da região Nordeste. A pesquisa aponta ainda que as mulheres mais escolarizadas são menos valorizadas no mercado de trabalho. Para aquelas que possuem até oito anos de estudo a renda chega a 69% dos homens, enquanto com 12 anos ou mais anos a proporção cai para 49% do rendimento médio dos homens, uma retração de quase 30%. No Nordeste e no país, essas diferenças são menores. As mais escolarizadas ganham respectivamente 54% e 58% do salário dos homens. ocupados. 

Do Jornal da Paraíba17/09/2010

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