A combinação entre o sentimento de insegurança e a vontade de se defender tem resultado em um número cada vez maior de reação a assaltos. Apesar de não haver um levantamento específico sobre estes casos na Paraíba, o comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar em João Pessoa, tenente-coronel Carlos Américo, destacou que os casos são comuns e reforçou que as autoridades desaconselham totalmente qualquer tipo de reação a assaltos.
Estudos realizados pela polícia no Brasil demonstram que em mais de 95% dos casos, a pessoa que reagiu acabou sofrendo alguma lesão ou até mesmo sendo assassinada. As formas de reação são as mais diversas, indo desde a tentativa de luta corporal com o assaltante até tentar fugir ou se negar a entregar o bem material que está sendo exigido.
Por causa dos vários exemplos em que o assaltante respondeu de forma violenta quando a vítima do assalto tentou reagir ou se negar a entregar o bem pedido, polícia, psicólogos e outras entidades são unânimes ao frisar que, de forma alguma, se deve reagir a um assalto.
Aqui na Paraíba, um caso se destacou há poucos meses. Era por volta do meio-dia de 9 de março quando a procuradora aposentada Maria Méricles Feitosa, 62 anos, foi assassinada em Manaíra, um dos bairros da orla de João Pessoa. Enquanto estacionava o carro, um menor abordou a procuradora, que por não ter entregado a bolsa “imediatamente”, acabou sendo morta.
Para o coronel Américo, o assaltante geralmente está mais apreensivo que a vítima e qualquer movimento brusco pode desencadear uma atitude mais violenta do assaltante.
Segundo o psicólogo cognitivo comportamental com ênfase em tratamento em transtorno de ansiedade, Elinaldo Rodrigues, como o assaltante geralmente está em uma situação de extrema excitação emocional, a mínima atitude da vítima vai ser entendida como uma forma de reação. Se sentindo ameaçado e tentando manter o controle da situação, a tendência será que o assaltante agrida a pessoa que é seu alvo. “Ele quer evitar que o outro contra-ataque ou que se esquive, por isso o assaltante fica extremamente violento e vigilante, com sensibilidade de reagir a qualquer movimento da vítima”, comentou.
Para o psicólogo, por mais que possa ser difícil do ponto de vista emocional, a pessoa deve manter a calma e obedecer o assaltante, já que ele está em condições de vantagem por estar armado e já ter premeditado a ação. “Não reaja ao assalto, por mais preparado que você esteja. A sua situação é extremamente desfavorável à do assaltante. A única coisa que se pode fazer é ficar passivo, tentar não fazer nenhum movimento brusco e, se tiver que fazer, afastar as mãos para mostrar que vai obedecer o assaltante. E também evitar o contato visual com o assaltante, evitar encarar ele nos olhos e diga que vai entregar o que ele quer”, aconselhou Elinaldo.
Para o coronel Américo, o assaltante geralmente está mais apreensivo que a vítima e qualquer movimento brusco pode desencadear uma atitude mais violenta do assaltante.
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