Por mais de duas horas, entre o final da tarde e o começo da noite deste sábado, 12, Ibiara viveu um clima de tensão motivado pela decisão da Prefeitura de pôr abaixo três construções irregulares na cidade e a recusa dos proprietários em permitir a demolição.

As construções foram erguidas em áreas públicas há pouco mais de quatro meses, exatamente durante o período eleitoral, conforme o secretário de Obras do município, José Walter. Ele infirmou que, apesar dos proprietários terem sido notificados a deixarem os imóveis e recebido um prazo para isso, permaneceram ocupando indevidamente o espaço público.

Na tarde deste sábado, como fim do prazo estabelecido pela Prefeitura, um trator foi enviado aos locais para demolir as construções, mas os ocupantes recusaram-se a deixar os imóveis e tiveram o apoio de pessoas contrárias politicamente ao prefeito.

Pelo outro lado, partidários do atual gestor incentivavam a demolição, gerando um grande tumulto. Uma proprietária passou mal e teve que ser socorrida por uma equipe do SAMU. A confusão poderia ter sido ainda maior se não fosse a presença de dezenas de policiais militares.


De acordo ainda com Walter, os construtores dos imóveis irregulares são pessoas de bom poder aquisitivo, entre as quais empresários e funcionário público, e não têm necessidade de ocupar área da Prefeitura. O secretário assegura que todos têm moradia própria, mas resolveram estender seus imóveis além de seus domínios pessoais para montar estabelecimentos comerciais, atingindo terrenos do município irregularmente.

Dois desses problemas estão em Ibiarinha, onde pessoas alegam ser donas das áreas construídas, mas não apresentaram documento atestando a posse dos terrenos, segundo Walter. O outro caso é na cidade, onde, conforme o secretário, o dono de um imóvel estendeu seu prédio dentro da área do terminal rodoviário.

Acionada, a Polícia Militar chegou rápido e evitou o agravamento do impasse. Um oficial do 13º Batalhão de Itaporanga foi até o local para negociar com o prefeito Pedro Feitoza (PT) uma saída pacífica e conseguiu: a Prefeitura suspendeu a medida administrativa, no entanto, pretende agora correr à Justiça com um pedido de reintegração de posse das áreas ocupadas ilegalmente.



Folha do Vale com Ibiaraagora

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