A apresentadora Hebe Camargo morreu em São Paulo, neste sábado (29), aos
83 anos. Ela lutava contra o câncer desde 2010 e morreu, segundo a
assessoria do SBT, após sofrer uma parada cardíaca, ao se deitar para
dormir, nesta madrugada.
Hebe é um dos maiores ícones da televisão brasileira e ficou internada
pela última vez por quase duas semanas em agosto, no Hospital Albert
Einstein, em São Paulo. Nos últimos dois anos passou por várias
cirurgias e tratamentos contra o câncer.
O velório será realizado no Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi. Até o
começo desta tarde, não havia confirmação sobre data e horário.
A morte da diva causa repercussão entre artistas e políticos brasileiros
nesta tarde.A apresentadora Ana Maria Braga publicou no Twitter uma
homenagem: “Os amigos do Sorriso da TV brasileira, Hebe, choram a
Estrela que se vai. Saudade”, escreveu."Uma mulher estupenda, corajosa, e
uma entrevistadora franca e leal. Vai deixar muitas saudades. O exemplo
dela foi dignificante", declarou o deputado federal pelo PP de São
Paulo, Paulo Maluf.
Em mais de 60 anos de história na televisão brasileira, a apresentadora
tinha um estilo próprio de entrevistar as pessoas. Ela se tornou popular
com a expressão “gracinha”, usada para elogiar convidados. Outra marca
registrada de Hebe era dar selinhos nos entrevistados que passavam por
seu famoso sofá.
“Estamos perdendo uma mulher que é um marco da televisão brasileira
(...). Nos acostumamos a tê-la como uma de nós”, disse a atriz Irene
Ravache, completando que estar com Hebe era "uma festa".
Biografia
Nascida em Taubaté (SP), a 130 km da capital, Hebe Maria Monteiro de
Camargo Ravagnani começou a carreira cantando. Entrou para a TV logo
após a fundação da primeira emissora brasileira, a TV Tupi, onde ela
fazia aparições nos programas como cantora.
Estreou como apresentadora em 1955, no programa “O mundo é das
mulheres”, na TV Carioca, a primeira atração voltada especialmente para
mulheres. Antes disso, havia substituído Ary Barroso no programa de
calouros apresentado por ele.
Depois disso, a apresentadora ficou afastada da TV por um período, até
que em 1966 estreou o dominical que levava seu nome na TV Record. A
atração contava com o músico
Caçulinha e era líder de audiência. Foi responsável por dar espaço para novos talentos ligados à Jovem Guarda.
Para dedicar-se ao filho, Hebe ficou afastada da televisão por cerca de
dez anos, quando voltou a aparecer na TV Bandeirantes. Em 1985, aceitou o
convite do SBT para comandar uma atração na emissora. Em quatro de
março de 1986, entrava no ar o “Programa Hebe”, comandado por ela até
2010. Em dezembro do mesmo ano, Hebe assinou contrato com a RedeTV e
estreou na emissora em março de 2011, onde ficou até este mês, quando
acertou retorno ao SBT.
Segundo a assessoria do SBT, ela estava muito feliz com a volta à emissora.
Carreira musical
Famosa como apresentadora, ela não deixou de lado a carreira musical.
Após lançar três discos entre 1959 e 1966, compilou suas canções mais
conhecidas no CD “Maiores sucessos”, de 1995. Depois, lançou mais quatro
discos. "Pra você" (1998), "Como é grande meu amor por você" (2001),
"As mais gostosas da Hebe" (2007) e "Hebe mulher" (2010, ano em que
participou do Grammy Latino).
O último álbum da carreira contou com participações de Daniel Boaventura
e Roberto Carlos. Em todos os discos, o repertório foi abastecido por
canções românticas.
'Morrer feliz da vida'
A apresentadora foi diagnosticada com câncer no peritônio, membrana que
envolve os órgãos do aparelho digestivo, em janeiro de 2010. Em sua
primeira gravação após 12 dias internada para a retirada de nódulos e
para o início do tratamento quimioterápico, Hebe mostrou gratidão com
fãs e celebridades que a apoiaram. “Posso até morrer daqui a pouco, que
vou morrer feliz da vida”, comentou em março de 2010, ainda no SBT.
Na ocasião, Hebe subiu ao palco ao som de Ivete Sangalo, Ney Matogrosso,
Leonardo e Maria Rita cantando juntos. “Vocês são a causa disso tudo.
Me colocaram nesse pedestal que eu não mereço. É impossível encontrar
palavras para descrever esse momento”, disse para a plateia. Depois,
entoou “Ó nóis aqui traveis”, samba do grupo Demônios da Garoa
Novas internações
Em setembro de 2011, Hebe iniciou um novo tratamento contra o câncer,
com sessões de quimioterapia preventivas. "Não estou doente, apenas
continuo me tratando pra poder ficar com vocês muito tempo ainda",
disse. Por conta do retorno ao tratamento, ela havia voltado a perder
cabelo e, consequentemente, a usar perucas.
"Evidentemente, todo remédio forte causa algum problema. O meu problema é
que eu, de novo, fiquei carequinha. Eu não estou careca, mas quase.
Então, evidentemente, estou de peruca", afirmou, em comunicado enviado à
imprensa. Ela ainda brincou, referindo-se ao ator Reynaldo Gianecchini,
que fazia um tratamento contra um câncer no sistema linfático. "Vou
sair linda, igual ao Reynaldo Gianecchini”, disse.
Nos últimos dois anos, Hebe passou por várias cirurgias e tratamentos
contra o câncer. Em janeiro de 2010, a apresentadora ficou 12 dias
internada para retirada de nódulos na região do peritônio e iniciou
tratamento quimioterápico. Em 2011, fez novas sessões de quimioterapia
preventivas. Em março de 2012, passou por uma cirurgia de emergência
para retirar um tumor que causava obstrução intestinal, ficando 13 dias
no hospital. Em junho, realizou uma nova cirurgia de emergência para
retirada da vesícula. No mês de julho, segundo o sobrinho Claudio
Pessutti, ficou internada por cinco dias para a realização de exames.
Do G1 SP
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